Sangüinea - Vermillion

21 de abr. de 2011


Quando recebi o debut da banda SANGÜINEA, pouco ou nada sabia sobre ela. Ainda antes de colocar a bolachinha pra rodar, fui buscar informações sobre o grupo goiano, formado por Ricardo Machado (guitarra e vocal), Cristian Dean (guitarra), Vinícius Braga (baixo), Fabrício de Castro (teclado e vocal) e Kamilla Perillo (bateria). E fiquei muito feliz ao saber que praticavam um Gothic Metal com letras em português e com influências muito boas, como Moonspell, Type O Negative, Rammstein, Metallica, IRON MAIDEN entre outras.
E o resultado não poderia ser diferente do encontrado em “Vermilion”. Logo na faixa de abertura, “Misantropia”, a banda já mostra à que veio. Teclado dando um tom soturno, ritmo cadenciado e forte, bom desempenho da banda como um todo e o vocal ora mais melodioso, ora gritado. Uma das melhores do álbum, sem dúvida alguma.

“Renfield” lembra bastante os portugueses do MOONSPELL, com bons riffs de guitarra e um vocal bastante grave e melodioso. Aliás, a banda acerta mais quando utiliza esse estilo vocal do que aquele mais agressivo. 
A terceira faixa, “Versos Íntimos”, é uma homenagem ao poeta Augusto dos Anjos, pois  trata-se de um de seus poemas musicados. O resultado ficou à altura, com o vocal praticamente recitando o poema e um instrumental pesado e bem encaixado.   

Com um clima soturno propiciado pelos teclados que lembram DIMMU BORGIR, “Spiral” é outro bom momento do álbum, com grande desempenho do baixista.

“Remorso Póstumo” é outro poema musicado, dessa vez do autor francês Charles Baudelaire. O saldo, mais uma vez, é muito positivo, com seu clima arrastado, que hora acelera e hora diminuí.Enquanto “Psicodrama” vai à mesma linha da anterior, porém, sem o mesmo brilho, apesar de ter um bom refrão.
Assim como “Diário de Nosferatu” que também não consegue manter o mesmo nível das cinco primeiras faixas. Porém a seguinte obtém tal êxito. “James Dean Deadstyle” é uma música veloz e deveras empolgante, figurando fácil dentre as melhores do álbum.

A última música de “Vermilion” é a única em inglês. “Alice in Wrongland” tem um bom instrumental e um vocal forte. Mas a impressão que dá é que o vocalista se sai melhor com as letras no “idioma-mãe”. Parece que no idioma bretão as letras não se encaixam tão bem em suas linhas vocais. O que é estranho, uma vez que geralmente o que acontece é o inverso.

Falando nas letras em português, elas causam certa estranheza nas primeiras audições, não há como negar isso. Porém, depois que se acostuma, elas fluem muito bem e se encaixam bem nas músicas e no propósito da banda. O idioma pode ser o grande trunfo da SANGÜINEA ou também o grande problema. Já que sabemos o quão xiitas são os fãs de Heavy Metal.  De qualquer forma, a proposta é inovadora e corajosa.

Algumas ressalvas ainda devem ser feitas. A produção do debut está bastante cristalina, todos os instrumentos estão audíveis. Mas talvez um pouco mais de peso na guitarra não iria fazer mal. À parte gráfica, apesar de bem trabalhada, pecou um pouco, o tipo escolhido para escrever o título das músicas é de difícil assimilação e quase inteligíveis. Ainda bem que dentro do encarte, as letras em si são mais fáceis pra serem lidas.

Acredito que se a banda mantiver o mesmo nível, e não esbarrar nos problemas com o idioma, poderá deixar sua cripta e ir muito mais longe.


Track-List:
1- Misantropia
2- Renfield
3- Versos Íntimos
4- Spiral
5- Remorso Póstumo
6- Psicodrama
7- Diário de Nosferatu
8- James Dean Deadstyle
9- Alice in Wrongland

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